07 abril 2011
O Que Falta À Educação No Brasil...
Perdoem-me os que discordarem da minha opinião, não creio que seja vazia de conteúdo e fora da realidade. Não sou mais criança, nem recém entrada na maioridade empolgada e deslumbrada pelo universo novo que se abre à frente. Já há muito passei desta fase.
Considero-me, sem falsa modéstia, cidadã brasileira que ama o seu País, com certa vivência que habilita tecer considerações sobre o assunto.
Sou da época em que para se ensinar havia necessidade de Plano de Aula, pode até ter mudado de nome atualmente, mas a importância é a mesma. Acho inconcebível que se "derrame" informações teóricas sem aplicabilidade prática no decorrer de toda vida profissional. Acho inconcebível a visão científica sem passar pela discussão das causas Filosóficas, Históricas e Teológicas que impulsionaram o Conhecimento.
Estou aqui a fazer um "revival" de Pensadores e Educadores que se destacaram em toda nossa História já do conhecimento de "todos"? Pode ser, mas é sempre bom lembrar, "cutucar" como se diz na linguagem das Redes Sociais. Sinto falta, sim, dos Clubes de Leitura que abrem os horizontes, dos Clubes de Poesia, que incentivam a observação e criatividade e estimulam a sensibilidade do Ser.
Falta o embasamento Cultural que deveria começar no Lar, sedimentar-se na Escola e sublimar-se na Universidade... Infelizmente não temos, alguns, nada disso. A Família cedendo cada vez mais sua responsabilidade maior à Escola, esta por sua vez não se adequando à descoberta e incentivo da potencialidade de cada educando ( está educando mesmo?) , por onde anda o real sentido da Educação? Teorias são discutidas nos grandes Centros Educacionais munidos mais de Políticos do que de Doutores Educadores.
Quando me refiro a políticos não estou menosprezando, afinal cresci ao lado de um, meu pai, pessoa de boa índole que entendia a Política como forma de distribuir bens materiais e aliviar o sofrimento de alguns ( deixo claro que na sua época político não era remunerado) , sabe ...aqui prá nós ele já praticava a "Bolsa Família" e não ficou na miséria porque tinha uma profissão honesta e era competente no que fazia , apesar de ter cursado apenas o segundo Ano Ginasial. Não foi por estas circunstâncias que não soube educar os filhos , juntamente com minha mãe, Professora Leiga. Fomos ensinados a pensar em casa, a Escola veio depois, a Universidade por motivação nossa.
Havia todo um planejamento e indução para sermos alguém diferente, para melhor, daquele universo em que crescemos, almejávamos o melhor para nós e para o coletivo. A trajetória de meu pai como profissional Técnico em Mecânica , de sucesso reconhecido, mostrou-me desde cedo que O Brasil antes dos Doutores necessitava de bons Técnicos , esta sempre foi minha bandeira intelectual por onde passei . Funcionou em todos os países de primeiro mundo, aqui timidamente inseriu-se muito pouco , é gradativa a mudança , mas vislumbramos um crescimento neste setor premido pelas necessidades atuais do mercado trabalho , carente de mão de obra qualificada.
Moro numa região até pouco tempo onde ser flagelado da seca era a realidade crucial, hoje vivemos uma Revolução Amarga, ou seja temos investimentos que proporcionam empregos , mas falta o essencial : inserção em massa desta gente necessitada de trabalho. Tanto o governo como a iniciativa privada vem cada um dentro de sua visão corporativa encontrando soluções através de treinamentos específicos.
Observando como Educadora que atuou desde o Fundamental até o Ensino Superior , que sempre fez apologia ao Ensino Profissionalizante antes da Universidade , depois de tantos anos, vejo que minha visão futurista de antes era acertada
Falta qualificação porque não soubemos investir como devíamos no Ensino de Base voltado às necessidades do País em Desenvolvimento. Esta deformação não passa simplesmente pela baixa remuneração do Professor , também pela capacitação deste e por seu envolvimento vocacional para exercer o Magistério em qualquer etapa.
Cada vez mais creio que se “nasce Professor” , se “forja o Educador” e se consolida o verdadeiro e apto “Orientador”,no decorrer de toda sua vivência profissional. O comprometimento é uma decorrência destas aptidões. Não adianta discutir os rumos da Educação no País enquanto não se estabelecer a consonância deste tripé.
Algumas questões são prementes quanto à evasão de universitários após cursarem alguns períodos de Cursos escolhidos por eles . O que faltou? Qual a visão experimental dada a eles que determinou a opção? Uma vez lá dentro que “motivação” encontrou para o exercício profissional futuro? São perguntas angustiantes e respondidas de forma irresponsável por alguns. O progresso , acredito, é uma decorrência da satisfação do grupo em exercer com prazer o que se propôs atingir com plenitude e alcançar metas traçadas.
Sabemos que existem escolas e universidades privadas de excelência , para nós, mas insuficientes quando comparadas no universo global. Paradoxal ainda é sabermos que exportamos nossa genialidade, sim , somos bons naquilo que fazemos . Por que então carecemos de crescimento interno na área de Educação? Onde estão os muitos que aqui estão e poderiam contribuir nesta área?
Tenho uma triste resposta ...No Brasil ainda se menospreza a experiência , a vivência , talvez por estas e outras razões estejamos agora desesperadamente correndo atrás...Melhor que nada.
Que sejam repensados os Projetos Sociais , que de forma explícita, para os beneficiados , seja colocada como premissa a inclusão social com dignidade e vontade de servir ao País com Trabalho e “Orgulho de Ser Brasileiro”.
Agora é com você, opine e colabore com idéias e sugestões para um Modelo de Ensino
Escrito Por Maria Claudete
que seja fundamental para o nosso País.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Querida amiga, concordo em tudo com você, realmente falta experiência, vivência para que os professores consigam transformar crianças em verdadeiros cidadãos de bem. Falta também aos pais educar seus filhos para que respeitem seus professores, pois tenho um amigo professor, que já foi agredido várias vezes em sala de aula. Na minha época de escola tínhamos respeito por nossos mestres, tudo o que fazíamos tínhamos que pedir licença, mas acho que tudo isso foi se perdendo ao longo do tempo. Haja visto o acontecimento de hoje no Rio de Janeiro, ex-aluno mata e fere tantas crianças inocentes. Devemos rever conceitos, leis e proporcionar a professores e alunos segurança e respeito. Beijocas
ResponderExcluiramiga querida, já dizia o poeta '' o que temos é o que nos falta''...concordo com vc em tudo, temos que dar para receber, se não existe compromisso , muito menos haverá entrega.
ResponderExcluirDesculpe a demorar em vir aqui no seu cantinho, eu adoro, mas ando com o tempo todo tomado, entre casa,trabalho e faculdade. Só Jesus na minha vida rsrsrs.
saudades enormes e um beijo enorme igual.
Claudete, perfeito teu texto, imensas verdades. Na minha época os professores entravam na sala de aula os alunos se levantavam, cantava-se o hino Nacional antes da ida à classe. Na época os professores tinham o apoio para ensinar e serem reconhecidos. A família de fato vem cedendo cada vez mais sua responsabilidade à escola, que por sua vez não possui os meios necessários para mais esta grande incumbência. Há muito tempo que se fala que este é o país
ResponderExcluirdo futuro, e pergunto, será que o promissor futuro chegará guiado pelas mãos de nossos atuais políticos e governantes? Resta aguardar. Maravilhosa matéria. Meu beijo minha cara, até a próxima.
Vejam! Faço magia!
ResponderExcluirCom esta caixinha de simples cartão
Não se iludam, nem pombas ou coelhos
Não há truque...perdão!?
E então?! Que emoção
Encontrei algo aqui neste bolso esquecido e roto
Espera aí o que é isto meus senhores?!
Ah...! É uma pedra mágica que pensei ter dado em mar revolto
E vou cantar uma adivinha
Vou desenhar uma ideia minha
Vou inventar uma musica em surdina
Vou dançar sem bailarina
Mágico beijo
Claudete amiga, eu fui filho de Professora. Fui por que minha mãe faleceu aos 90 anos de idade e dando aulas em casa até no dia de seu acidente vascular cerebral.
ResponderExcluirPosso falar com toda experiência do mundo. Você está certíssima.
Fui da escola no tempo das grandes mestres que além de gostarem muito, sabiam o que faziam.
Parabéns menina...
Bjs do seu amigo ZC
Claudete,tem toda razão em seu excelente texto!Há no país muito bons professores que se veem podados em sua criatividade,muitas vezes tendo que jogar fora anos de experiencia para adaptar-se ás politicas educacionais deiversas.Creio que não devemos menosprezar nunca o conhecimento adquirido e deixar o professor livre para alfabetizar da maneira que mais se sente seguro1Esse sempre será o melhor método!Bjs,
ResponderExcluirOi querida!
ResponderExcluirTudo o que vc escreveu está correto. A Educação no Brasil precisa ser revista em todos os aspectos. Melhor remuneração, cursos profissionalizantes,apoio dos pais/coordenadoria,tudo isso contribui para dar maior incentivo ao educador. Consequentemente os alunos terão um ensino de melhor qualidade. Agora, tudo isso é falado de uma forma incessante, mas na prática não está acontecendo, portanto não está melhorando em nada porque não é feito da maneira correta. Por outro lado, é a minoria que procura se profissionalizar, por causa do desânimo e desmotivação.
O nosso trabalho é olhar um lado da questão que está sendo esquecido: conscientizar os professores da necessidade deles interagirem como equipe. Por serem muito individualistas eles estão sobrecarregados porque lutam uma luta sozinhos. A outra necessidade é de mudarem a postura em sala de aula. O professor que ainda age como antigamente está fadado a ficar doente (fisicamente e psiquicamente). Conscientizar é um trabalho de formiga porque encontramos muita resistência por parte da coordenação e dos próprios professores. É claro que paralelo a isto cuidamos também da saúde emocional destes profissionais. Hoje em dia está surgindo a emergência de "cuidar dos cuidadores" por causa das doenças ocasionadas pelo stress, e esta categoria está sendo muito afetada desta forma.
Pela complexidade do assunto, não sei se consegui responder a sua pergunta deixada no meu blog, mas estou a disposição para mais esclarecimentos, ok?
Beijo grande!
linndo seu blog, parabens!!
ResponderExcluirÉ complicado falar sobre o assunto.Tanta coisa mudou desde que sai do colégio.Fiz magistério, mas quando entrei na sala de aula senti que ali, eu era responsavel por muitas vidas, por formar opiniões, achei que não tinha força pra tanto e abandonei a carreira. Agora pretendo voltar, mas preciso fazer a faculdade que antes não era necessaria agora é.
ResponderExcluirMinhas convicções em relação a educação ainda são bastante irreais, pois nunca engfrentei uma turma de alunos dos dias de hoje, mas pelo que meu filho conta, tudo anda bem complicado para o professor.Antes ele era respeitado hoje se batem se maltrata e respeito não existe em sala de aula.
mas mesmo assim pretendo entrar nesse universo. Tentar fazer a minha parte. beijos querida e tens minha admiração.