Site dessa imagem
O tempo... Não sei mais precisar...
Provável muitos idos decorridos.
Uma certeza jorra na memória...
Céu estrelado, balões coloridos
Fogueiras em labaredas imensas.
Era chegada a hora dos festejos.
No interior da minha terra natal
Tudo começava com um desfile.
Carros engalanados puxados por bois
Levavam os padrinhos, os convidados e o padre
Atrás do cortejo seguiam os noivos e os músicos.
Era o momento esperado
O casamento matuto, ápice da comemoração.
Era noite de São João!
Lembro que fui uma das noivas, tinha namorado...
Vestiu o vestido de uma noiva de verdade:
Namoro encerrado rezava a lenda.
Casar vestida de noiva? Nunca mais!
Verdade ou mito, quem sabe?
Pois aconteceu... Se as iniciais do prometido
Na faca da bananeira apareceram na noite de Santo Antônio,
São João encarregou-se da sua parte.
Casar? Eu casei. Outro foi o noivo.
Cadê o vestido de noiva? Não deu!
Um terninho vermelho me vestiu.
Cumpriu-se a lenda, parece estória de trancoso.
É a pura verdade, como esquecer...
Meu casamento matuto foi pomposo
Com todos os ingredientes do casamento de verdade.
Santo Antônio encaminhou e São João sacramentou.
Escrito por Maria Claudete F.H.Batista