No último sábado decidi, espontaneamente, ir a um Geriatra.
Surpreendi-me com uma coerente explicação – “Geriatra não é médico de
idoso” e
Sim “de todo aquele quando para de crescer”, ou seja, desde a juventude
convém fazer a prevenção.
Durante a anamnese, deparei-me com um
profissional que faz uma consulta em quase duas horas, raro nos dias atuais,
talvez vocês estejam conjecturando, afinal eu teria muitas histórias para
contar... Poderia até ser, mas com minha “língua solta” ficou possível ao
Geriatra traçar o meu perfil e
estabelecer um diagnóstico.
Enxerguei
na mulher de hoje a criança e jovem de outrora, numa velocidade tão intensa, sem
intervalos de uma fase para a outra, que fui comparada a um “disco que roda
alucinadamente sem parar”.( sic Geriatra).
Constatei que sempre fui assim,
desde criança , vivia antecipadamente a fase subsequente,mergulhava de cabeça
nos problemas adultos e dava “pitacos” em tudo.
Talvez tenha declinado de viver como uma criança “normal”...Sem olhares críticos ,
sem sofrimentos adultos , sem cargas emocionais , sem cobranças .
A precocidade, taxada por vezes de
inteligência acima dos demais, sem levar em consideração o excesso de
informações que minha cabecinha infantil recebia faz-me, nos dias de hoje,
perceber que não vivi plenamente a fase de criança.
Como consequência já chegou à
fase da juventude, adulta e totalmente responsável. Foi bom? Não sei
responder... De criança só recordo poucos momentos de brincadeiras e jogos, de
apenas um boneco, o Juarez, como também de ter sido Anjinho de Lapinha de Natal,
por ser branquinha.
De
acordo com o Geriatra, a memória recente nos idosos, quando comparada à
passada, perde para esta, talvez isto justifique a minha facilidade de falar
sobre o que vivi... os clarões imensos que parecem inundar o cérebro ,de tão
“vivas” as lembranças!
Considerando
o que a maioria define como ter sido a vida em criança, questiono-me: - Se fui
criança um dia? Não sei, a única certeza é que à minha maneira fui feliz!
Escrito
por Maria Claudete F.H.Batista