Muitas vezes olhei-me no espelho.
Na infância, como um brinquedo.
Na Adolescência, em busca da beleza.
Na Juventude, em busca da certeza.
No Crepúsculo, em busca da vitalidade.
As Rugas? Nunca as notei...
Os outros as enxergavam por mim.
Os Cabelos Brancos? Demoraram a surgir...
Os outros os enxergaram por mim.
O Corpo? Poucas mudanças...
Os outros enxergaram demais.
Hoje, no espelho, vejo minhas rugas.
Olhando a dos outros, enxergo-as camufladas.
Os outros, rejuvenescidos, perderam-se no tempo...
Como seriam antigamente?
O desfilar de rostos e corpos iguais .
Para traz foram deixados os diferenciais.
Poderia ser mais um nesta lista.
Reluto em ser refém do espelho.
Não se remodela o corpo físico,
Sem antes moldar a alma.
Se fosse assim possível,
a bandeira estaria levantada.
Escrito Por Maria Claudete.F.H.Batista